Nos últimos meses, a cidade de Salvador, na Bahia, tem sido cenário de uma série de crimes violentos envolvendo influenciadores digitais. Sequestros, assaltos e tentativas de homicídio foram relatados, levantando preocupações sobre a segurança dessas figuras públicas. A exposição nas redes sociais, muitas vezes marcada por ostentação e glamour, pode tornar esses indivíduos alvos simples para atos.
Um dos casos mais chocantes foi o sequestro da influenciadora Ellen Monique, conhecida como Africanique. Ela foi abordada por três homens encapuzados na porta de sua casa, no bairro Jardim das Margaridas, e levada para a Estrada Velha do Aeroporto. Com mais de 400 mil seguidores no Instagram, Africanique é uma das muitas influenciadoras que enfrentam riscos devido à sua visibilidade online.
Outro incidente grave envolveu o influencer Ramhon Dias, que foi baleado em uma tentativa de homicídio no bairro de Vale dos Lagos. A polícia investiga o caso, que pode estar relacionado a suspeitas de envolvimento em atividades criminosas. Dias e outro influenciador foram presos anteriormente por suspeita de lavagem de dinheiro, o que pode ter motivado o ataque.
A dançarina e cantora Elizabete Gonçalves, conhecida como “Negra Japa”, também foi vítima de crime cibernético. Sua conta no Instagram foi hackeada, e os criminosos usaram o perfil para solicitar dinheiro aos seguidores, fingindo ser a artista. Com 637 mil seguidores, Negra Japa é mais uma influenciadora que sofreu com a vulnerabilidade digital.
O assassinato do influencer Anderson Rodrigues durante uma festa “paredão” no bairro do Calabetão é outro exemplo da violência enfrentada por essas figuras públicas. Cercado por um grupo de dez homens, Rodrigues foi espancado e morto a tiros, destacando a brutalidade dos ataques contra influenciadores na região.
Em Monte Gordo, na cidade de Camaçari, o blogueiro Eu Lipe e três amigas influenciadoras foram sequestrados por um grupo de cerca de 15 homens. Os criminosos suspeitavam que o grupo pertencia a uma facção criminosa, o que levou ao sequestro. Este caso ressalta os perigos enfrentados por influenciadores ao serem associados, mesmo que erroneamente, a atividades ilícitas.
A influenciadora trans Alexia Silva foi sequestrada e torturada em Salvador, em setembro de 2023. Durante cinco horas, ela foi mantida em cativeiro e forçada a realizar transferências bancárias para os sequestradores. Este caso ilustra a crueldade dos crimes enfrentados por influenciadores na Bahia.
Por fim, o humorista Franklin Reis foi sequestrado em Itacimirim e só foi libertado após transferir dinheiro via Pix para os criminosos. A tentativa de sequestro da influencer Juh Oliveira em Imbassaí, onde ela conseguiu escapar ao pular do carro em movimento, também destaca a crescente insegurança para essas personalidades digitais. Esses casos refletem uma tendência preocupante de violência contra influenciadores na Bahia, exigindo medidas de segurança mais eficazes para proteger essas novas “celebridades”.