Ginástica artística é sinônimo de controle absoluto do corpo, precisão milimétrica e movimentos que parecem simples apenas para quem vê da arquibancada. Para Ian Cunha, por trás de cada acrobacia impecável existem meses, às vezes anos, de preparação intensa e estruturada e é justamente essa jornada quase invisível que transforma talento bruto em performance de alto nível. Quando o público aplaude um salto perfeito, raramente imagina que ali estão condensados milhares de treinos e ajustes finos feitos dia após dia.
Mais do que um esporte de força e flexibilidade, a ginástica artística é uma escola de disciplina, de tolerância à frustração e de construção de confiança. Cada série realizada em competição é resultado de repetições conscientes, planejadas para que o corpo memorize trajetórias, tempos e respostas automáticas. Saiba mais sobre o tema a seguir:
Ginástica artística e a construção da técnica perfeita
No treinamento de ginástica artística, não existe atalho para a técnica perfeita. A aprendizagem começa com movimentos básicos, executados de forma lenta, segmentada e com atenção absoluta a detalhes como eixo de equilíbrio, posição das mãos e alinhamento da coluna. De acordo com Ian Cunha, o que diferencia atletas de alta performance não é apenas o potencial físico, mas a disposição em refazer o simples até que ele se torne irretocável.

À medida que a técnica evolui, os movimentos vão sendo combinados em séries cada vez mais complexas, exigindo coordenação fina e consciência corporal aguçada. Nessa fase, o treino não é apenas mecânico: envolve correção constante, feedback de treinadores, uso de vídeos e, em muitos casos, revisões minuciosas de postura e tempo de execução. Esse processo de lapidação contínua não busca apenas eliminar erros visíveis, mas também reduzir ao máximo o risco de falhas em situações de pressão.
Repetição inteligente e foco mental
Repetir um mesmo movimento milhares de vezes só faz sentido quando há um objetivo claro e um método bem definido. Na ginástica artística, a repetição não é um castigo, mas uma ferramenta estratégica para consolidar padrões motores e fortalecer a confiança do atleta. Assim como indica Ian Cunha, a repetição eficaz é sempre acompanhada de reflexão: o atleta aprende a identificar o que funcionou, o que precisa ser ajustado e quais pequenas mudanças geram grande impacto.
Esse volume de treinos exige um foco mental incomum, especialmente em um esporte em que um pequeno deslize pode resultar em queda ou lesão. Por isso, o preparo psicológico caminha lado a lado com a preparação física. Técnicas de visualização, respiração e controle da ansiedade ajudam o ginasta a transformar nervosismo em energia canalizada para a execução. Em vez de encarar o erro como fracasso, ele passa a ser visto como dado de aprendizado, parte natural do caminho até o movimento impecável.
Disciplina diária e evolução ao longo da vida
A rotina de quem pratica ginástica artística em alto nível é marcada por uma disciplina quase cirúrgica. Sessões de treino são organizadas em blocos que podem incluir aquecimento específico, preparação física, prática de aparelhos, alongamentos e recuperação ativa. Como frisa Ian Cunha, o ginasta aprende cedo que constância vale mais do que explosões esporádicas de motivação: é a soma de dias aparentemente comuns que constrói resultados extraordinários.
Com o passar do tempo, o impacto desse estilo de vida ultrapassa os limites do ginásio. A pessoa que vive a rotina da ginástica artística leva para outras áreas da vida habilidades como organização, capacidade de planejar, tolerância a processos longos e compromisso com metas de médio e longo prazo. Em muitos casos, o atleta que deixa a competição continua colhendo os frutos dessa formação em carreiras acadêmicas, profissionais e pessoais.
Em resumo, a ginástica artística mostra, na prática, que a perfeição aparente é construída sobre um alicerce de repetição consistente, técnica refinada e equilíbrio emocional. Cada apresentação que emociona o público resume uma história de esforço silencioso, recomeços e ajustes diários. Como destaca Ian Cunha, longe de ser um dom reservado a poucos, o desempenho de alto nível nasce da combinação entre talento, orientação qualificada e disposição em treinar muito mais do que a maioria estaria disposta.
Autor: Junde Carlos Pereira

